A abordagem existencialista, enquanto método psicoterapêutico clínico, é descritiva e inicia pelo relato das situações mais recentes nas quais o paciente se percebe afetado. Após a reunião de um número suficiente de situações atuais, são descritas as mais antigas também carregadas de densidade emocional e que se relacionam com as atuais. Como na psicologia existencialista o modo como o paciente desenvolve suas relações é o que provoca uma condição emocional, o caminho que ele faz desde a mais tenra idade até o momento atual, no qual está complicado, possui diversas situações nas quais ele vai se complicando. As descrições dessas situações permitem ao psicólogo demarcar as experimentações psicológicas e físicas, os gatilhos e os valores que o paciente atribui a si que são recorrentes, e, a partir disso, é possível que se elabore uma hipótese diagnóstica.
Como acontece a intervenção?
Quando se intervém em uma situação que colaborou para a complicação psicológica do paciente, contribui-se para alterar sua percepção em relação a todas as outras, pois elas não acontecem isoladamente, mas sim se relacionam. Logo, a intervenção só é possível quando se desenvolve uma boa investigação a partir da descrição atual, objetivando identificar a condição do paciente e a intensidade de sua afetação, e, posteriormente, se busca reorganizar o passado para que ele se lance de modo diferente para o futuro.
Qual o trabalho desempenhado pelo psicólogo existencialista?
O trabalho do psicólogo é mediar o encontro de caminhos dentro das possibilidades, para que o paciente perceba seu projeto de vida viabilizado. Assim, a alta acontece não quando a pessoa para de sofrer ou se desfaz de suas experimentações humanas, mas sim quando consegue vislumbrar um futuro no qual é capaz de traçar estratégias possíveis para lidar com seu sofrimento, permitindo que não culmine em uma inviabilização decorrente de complicação psicológica.